nunov escreveu:Fiz essa pergunta há alguns anos e devo dizer que ainda não encontrei a raquete certa mas, mas já estou muito próximo e agora tenho algumas certezas que penso que podem ajudar. Os links que indicam têm muita informação útil mas efetivamente não ajudam em quase nada na escolha.
A escolha de uma raquete deve ser feita de acordo com o nível do ténis do jogador, ou seja, qualquer raquete com características das que usam os pros são inválidas para os níveis inferiores pois terias de ter o mesmo nível de treino (horas diárias de treino técnico e físico para as puderes usar.
Aí vão as minhas dicas:
1-A escolha da raquete deve ter em conta o físico do jogador. Se tens físico forte deves apostar numa raquete com mais consistência (peso e/ou swingweight). O peso médio ronda as 300g. Se não conseguires fazer o movimento do serviço totalmente controlado escolhe uma mais leve;
2-Não procures potência na raquete porque muita potência significa pouco controlo que é o mais importante: a potência da pancada deverá ser gerada pelo movimento técnico do corpo (com velocidade daí a raquete ter de ser manobrável);
3-A cabeça da raquete não deve ser nem demasiado grande nem pequena: sugiro a 100 (com o evoluir poderás tentar uma 95;
4 e o mais importante - Procura ter aulas de ténis porque só com a aprendizagem da técnica podes evoluir;
Convido os mais experientes a comentar a minha opinião.
Bom, posso tentar ajudar um pouco aqui, tenho cerca de 30 anos de prática da modalidade, colecciono raquetes, e basicamente já testei quase todas as marcas que existem ou existiram no mercado, algumas delas corri a gama de cima a baixo.
1- Pensa não apenas na raquete, mas no binómio raquete/corda - hoje em dia as combinações são quase infindáveis, entre tipos de corda, espessuras, texturas, etc., etc., e uma corda diferente muda uma raquete, em full bed ou híbrido
a solução é simples: testar. É um típico processo de tentativa/erro, até se chegar próximo do que se quer.
2- A melhor raquete é uma escolha totalmente individual, e sabes que estás lá quando sentes que a raquete se torna quase uma extensão da mão o que, a menos tenhas uma sorte improvável, é um processo lento, e que provavelmente se altera conforme a evolução de cada um.
3- Não concordo com o Nuno quando refere a parte de ter ou não físico - a menos que haja alguma lesão crónica.
a raquete deve ser o mais pesada com que estejamos confortáveis, por razões simples: peso dá estabilidade à raquete, garante ausência de vibrações, e com técnica adequada, garante menos esforço - daí a força física ser pouco relevante, se fores rápido com os pés e tiveres técnica decente, lidas tranquilamente com pesos mais altos, é uma questão de hábito (eu não sou nenhum Hércules, e as minhas raquetes têm 355 gramas sem aditivos. Baste pensar nas antigas campeãs que jogavam com raquetes de madeira nos anos 60, a pesarem 400 grs cada. Elas tinham mais força que nós? Duvido...)
Mais importante que o peso, é o balanço, ou swing weight. Uma raquete de 300 grs. pode ser mais exigente a mexer-se que uma de 330, se tiver o balanço mais à frente.
O que tendencialmente acontece, é que quanto mais pesadas são as raquetes mais atrás está o peso distribuído. Evita raquetes com peso na cabeça, é meio caminho para lesionares o cotovelo
4- A escolha deve partir disto: o tipo de jogo (é o principio de tudo, a raquete deve ser a que melhor serve o nosso jogo, e não passarmos a jogar de forma diferente para nos adaptarmos) e o nível que temos.
Supondo que tens um tipo de jogo definido, e um nível razoável, se bates mais de chapa, ou drive spin, tipo Federer (é o meu tipo de jogo, salvo as óbvias diferenças), a tendência natural é procurares raquetes com cabeça média (95 ou 98 ) ou pequena (até 95), algum peso, balanço no cabo, e se fores daqueles que gosta de subir à rede (meu caso), é aconselhável mesmo cabeças mais pequenas.
Cabeça pequena garante mais controlo e mais diversão (pessoalmente, prefiro controlar o processo que ter ajudas externas que só atrapalham), mas exige boa técnica e pés rápidos, senão é um tormento, e dá madeirada que ferve. Com uma boa técnica, a bola anda bem sem grande esforço
Se és dos que bates muito forte, de chapa com trajetórias rasantes (tipo Safin ou DelPotro), aconselho padrões 18x20 - com este tipo, spinar bolas é difícil (mesmo com as cordas actuais), mas os slices são mais controlados, e são óptimas na rede.
Se fores mais de top spinada (estilo Nadal, ou Muster), a escolha óbvia será uma mais leve, de cabeça maior e padrão aberto, vulgo tweener - garantem potência, e sweet spot amplo para escovar a bola.
Perdem, obviamente, em controlo, e na rede são um cancro porque não têm estabilidade nenhuma, e pouquíssimo feeling.
5- Ter aulas, ou treinar, faz sempre falta, para ganhar ritmo, corrigires erros e lacunas, e aprender com que joga mais que tu.
6- Testa, testa, testa. Ficas com a ideia do tipo de raquetes que cada marca faz, e as que são são mais próximas do teu tipo. Ficas a conhecer coisas tão simples como o formato do grip, (até nisso há diferenças - as Head vêm com grip oval, as Prince são mais quadrados, a Wilson, Dunlop, Yonex, etc., são redondos), formato da cabeça, tipo de quadro, etc.
No meu clube temos raquetes de teste (já foi Yonex, agora é Dunlop) e eu experimento tudo, mesmo aquelas que eu sei que nunca compraria, do clube e de companheiros de treino. Até raquetes que abomino, como as Babolat, já experimentei tudo (nunca testei uma Technifibre, nem uma Donnay destas novas, devem ser as únicas que não tenho no currículo, das marcas mais conhecidas)
Espero ter ajudado, e desculpem a extensão do texto
PS "a" minha raquete é a Pro Staff 6.0 95, encordoada full bed com MSV Focus Hex 1.23 (em preto), 4 nós, com 27 kg's, a ideia é perder um pouco, e estabilizar nos 25 +/-