100 anos de Australian Open só podiam terminar com uma grande final masculina. Grande em tempo de jogo disputado (a mais longa final de um Grand-Slam de sempre) e grande em emoção! Depois de um início frio, com jogadas acinzentadas de Novak e um Nadal motivado com as suas direitas cruzadas, a coisa lá se foi compondo. Um 2º e 3º set com o desequilíbrio inerente ao ténis dos dois jogadores, com Nadal encolhido, talvez com os fantasmas das últimas finais perdidas para o rival. E chegou o 4º set, o mais emocionante. Emocionante porquê? Simplesmente porque Novak continuou a fazer o seu jogo , a meter a bola onde queria, e o Nadal a correr de um lado para o outro atrás dos pontos. Um break no serviço de Nadal e o encontro parecia decidido. Mas o break conseguido logo a seguir no serviço do sérvio, seguido da interrupção por causa da chuva, fez crescer a confiança do espanhol. E o que vimos? O mesmo de sempre, Novak a dominar Nadal, a ter a iniciativa de jogo e Nadal a correr feito touro, 2 ou 3 m atrás da linha de fundo, a despejar bolas em slice e a depositar nos seus músculos a possibilidade de discutir a final. Vimos um Nadal "pusher", que a certa altura desistiu de fazer winners, ao contrário do início, com as suas direitas paralelas e cruzadas (que lhe estão a sair muito melhor e mais compridas) a surpreenderem o sérvio. E quem gosta de ténis, como eu, não podia estar a torçer por um "pusher". Não é possível que a força, o sprint e os músculos se sobreponham à técnica e à tática. Djoko não tem a genialidade de um Federer, mas obviamente mereceu vencer esta final. E no ténis, faz-se sempre justiça!
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